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quarta-feira, 1 de junho de 2011

É preciso olhar com os olhos de mulher, e mulher de LUTA!

*Iúna Gabriella Paiva
É recente a história de ocupação pelas mulheres do poder. Quando se diz “poder”, refere-se ao ato bruto da palavra, que significa deliberar e agir.

 Até pouco tempo, não podíamos votar, estudar, e éramos mais reprimidas quando nos desviávamos da ordem dominante: a sociedade do patriarcado.


Muita coisa mudou, adquirimos mais direitos, mas ainda somos minoria e continuamos sendo oprimidas em todos os espaços das relações capitalistas e ainda brutalmente centenas de nós é massacrada todos os dias.


E por que isto acontece? Tudo parte ainda do conceito de “luta de classes” a qual Marx se refere, no qual existem os opressores e os oprimidos, e que se expressa em diversos espaços da sociedade.


Mesmo com tudo isto, estamos constantemente ocupando cada vez mais cargos de poder na sociedade. Mas a ocupação crescente destes cargos vem trazendo várias problematizações. Realmente aumentamos o número de cargos em empregos ocupados por mulheres, mas em contrapartida, as mulheres são as que trabalham em piores condições de emprego; ganham menos; ocupam mais cargos de atividades informais; e possuem jornada tripla: casa, família e emprego.


Quando se diz que é necessário se olhar para a mulher com os olhos de mulher, é preciso haver uma identidade com a luta das mulheres. É preciso que as mulheres que chegam ao poder e que podem pensar e planejar maneiras de uma igualdade plena de direitos vejam seus cargos como ocupados pela luta de diversas mulheres massacradas desde que o mundo se fez mundo.


Ainda inseridas na problematização puxada através da luta de classes, é necessário ter a noção de que a mulher branca é muito menos discriminada que a negra; que o papel de educar o filho, ainda cabe à mulher; que há um disparate enorme de escolaridade no que diz respeito às mulheres do campo e da cidade; que por influência do fator social os cargos mais ocupados por mulheres são do setor público; que as mulheres são mais pobres que os homens; e que do seu corpo ainda se sentem dono, o estado, as instituições religiosas e as próprias famílias dominadas por pensamento de homens.


É preciso que as mulheres que ocupem o poder façam desse espaço mais um espaço de atuação da luta das mulheres, e que identificadas com a luta, passem a construir ações conjuntas com os movimentos sociais que lutam pelo fim da opressão à mulher.

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!


* Estudante de Letras da UESPI, militante feminista do Coletivo Feminista Conceição Evaristo e da Executiva Nacional dos Estudantes de Letras.

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